O Carnaval moderno, produto da sociedade vitoriana do século XIX, uma das maiores festas do mundo e um dos nossos principais cartões de visita chega a sua versão 2008. Meus ansiolíticos, por favor!
Não sou contra o Carnaval. Não reclamo nem do barracão da escola de samba que fica perto da minha casa, fazendo com que a ala das baianas esteja na minha sala diariamente, das 18 às 23 horas. Acho o Carnaval um período onde as pessoas, geralmente estão reprimidas e frustradas, têm para se libertar um pouco.
Mas aí, quando a coisa parece estar indo bem, alguém aparece e dá uma fodidinha no bem-estar alheio. Alguém levanta a bunda do trono de ouro e proíbe algo. Claro, não só no Carnaval existem proibições e culpas das mais diferentes hipocrisias. Mas uma festa tida como libertadora, não deveria ser mais total flex?
A antepenúltima (que eu vi, pelo menos), foi o pessoal do Joseph Ratzinger, AKA Bento XVI, fazendo alarde porque o Ministério da Saúde vai distribuir camisinhas e pílulas do dia seguinte. Transar e festejar é ruim, bom mesmo deve ser um punhado de doenças se proliferando e o mais grave: um monte de bebês sendo concebidos ao som de Mamãe Eu Quero, e depois sendo jogados em latas de lixo junto com o lixo gerado pelos foliões.
A penúltima foi a lei que proíbe a venda de bebida alcoólica nas estradas. Cena de Carga Pesada: “– Pedro, é uma cilada! Não vão mais vender pinga nos botecos de beira de estrada!” “– Fica frio, Bino. É só andar uma quadra pra dentro da cidade e a gente compra três garrafas e segue viagem.” Ou seja, tempo, dinheiro e neurônios gastos com mais uma lei estapafúrdia.
E a última foi a proibição que a comunidade judaica conseguiu emplacar, vetando o carro da Viradouro que trataria sobre o Holocausto. Vem cá, ele não ocorreu? Hitler não matou milhões de judeus? É, mas proibindo o carro pode ser que ninguém vá lembrar de semelhante crueldade. População cega, população feliz. Um minuto, por favor. Vou vomitar e já volto.
Pronto. Notem que as três situações carnavalescas supracitadas giram em torno de proibição. Por que o Papa não proíbe os fiéis de serem infelizes? – A partir de hoje fica proibido que as pessoas sejam reprimidas, ou morrerão de câncer.
E uma lei que realmente beneficiasse as pessoas? – Fica instituído que a partir de hoje ninguém mais morre nas filas do SUS, porque a saúde está 100%.
Que tal lembrar a humanidade do que aconteceu, para ver se alguém aprende algo? O Holocausto aconteceu por preconceito, olhem que desgraça aconteceu. Que tal se cuidarmos cada um do seu próprio cu?
Quem é alguém para proibir os outros de serem felizes? Quem é o Ratzinger para proibir tanto, se ele não sabe o que é o amor, o sexo, a família? Se ele não se arrepia com a voz da pessoa amada? É muito fácil proibir sentado no trono de Pedro, cercado de ouro e segredos, enquanto a população luta para sobreviver e ter um pouco de felicidade e dignidade.
Eu estou caindo na estrada. Vou continuar exercendo minha liberdade, já que ela não é só carnavalesca. Não quero mais ninguém proibindo, proibindo, proibindo. Não acredito em paraíso de proibições. Acredito só no que me faz feliz. Mamãe Eu Quero um mundo mais livre.
Muito bom, Gabi. Bom mesmo!
Beijocas.
É, TEM GENTE QUE GOSTA MESMO DE PROIBIR. DAKI A POUCO VÃO PROIBIR RESPIRAR PORQUE É PECADO, UHAUHAA.
BAITA TEXTO E O DESENHO FICOU DO KCT!
Não sabia que os judeus queriam esconder o Holocausto. Aliás, sempre achei o contrário. Isso já foi cometado na “Indústria do Holocausto”.
Não deu pra entender.
QUERIDO GABI, MUITO BOM TEXTO FAÇO MINHAS AS TUAS PALAVRAS HE HE
ABRAÇO.